Pesquisar
Close this search box.

“Woody Allen: a reserva poética no cinema” – Por Flávio Viegas Amoreira


Não existe um filme onde não observe diálogos, anote-os, note matizes literários da trama: ossos óbvios do ofício. Os filmes de Woody Allen especialmente são lidos feito livros como epigramas, aforismos rascantes, altura de mestres da filosofia. Woody Allen é talvez a maior figura artística em ação nesse planeta da estatura talvez só de Bob Dylan, do pintor David Hockney, de Almodóvar, de Vargas Llosa ou da escritora Alice Munro. O Woody Allen de cada ano, o Allen do coração; o primeiro Allen a gente nunca esquece. Com as tramas você ganha de sopetão alguma “sacada” eterna para a vida: ‘sacada’ que é melhor tradução ao afetado ‘insight’ que tanto usamos quando temos termos lindos em português do Brasil para algum entendimento disso que chamamos Vida. Selecionei para esse “Piparote” – que me honra editando aos sábados, porque hoje é sábado!, o que recolho na intersecção de cinema e literatura. São frases que junto aos meus cadernos de guardados, reservas poéticas, achados e quase perdidos ao lado dalgum Wilde, dalgum Shaw, dalgum Woody Allen…



“Sou um homem que não funciona bem na vida. Só na Arte”.
– Desconstruindo Harry

“Eu nunca pertenceria a um clube que me aceitasse como sócio”.
– Noivo Neurótico, Noiva Neurótica

“Muito raramente a conversa é melhor que uma boa comida”.
– Noivo

“Acredito plenamente em sua fidelidade até sobre tortura, menos em questão de dinheiro. Se a Gestapo tomasse seu cartão de crédito, você contaria tudo, delataria todos e trairia até Gandhi”.
– Noivo

“Acredite, se eu não precisasse de homens para fazer bebês, não teria nada com nenhum de vocês.”
– Gena Rowlands

“- Você acredita em Deus?
– Sim. O problema é saber se Deus acredita em mim”.

“Você vai se casar comigo? Ele te deixou algum dinheiro?
Responda a segunda pergunta primeiro”.
“Dinheiro é apenas uma coisa de que você precisa para o caso de não morrer amanhã”.


“Eu não sirvo para guerra. Dormi com a luz acesa até os 30 anos”.
– A última noite de Boris Grusenko

“A frase mais bela de qualquer idioma não é EU TE AMO.
É sem dúvida o diagnóstico seco dum médico: É BENIGNO”.
– Harry

“Eu não sirvo para testar aparelhos. As máquinas me odeiam. Não sei trocar uma lâmpada. Deveria trabalhar em algo para que tivesse mais aptidão, como doador de esperma para laboratório de inseminação artificial”.
– Bananas

“Eu finjo que mando em casa. Sua mãe só toma as decisões. É muito sutil.
Ela diz o que nós faremos e eu fico com o controle remoto.”
– Poderosa Afrodite

“Eu rejeito antes de ser rejeitado. Assim poupo tempo e dinheiro”.
Woody Allen para Diane Keaton
– Sonhos de um sedutor

“Para você eu sou ateu. Para Deus, eu sou o líder da oposição”.
– Memórias

“O que é o oposto do paranóico? É aquele que acredita realmente que todas as pessoas o amam”.
– Desconstruindo Harry

“Sexo é como supermercado; exageram no valor, é muito empurra-empurra e você ainda sai com muito pouco”.
“A última vez que estive dentro de uma mulher foi quando visitei a Estátua da Liberdade”.
– Crimes e Pecados

“Tenho instintos suicidas. Na verdade, só não me matei porque meu psiquiatra me cobra pelas sessões a que falto”.
– Noivo

“Só se vive uma vez, mas é suficiente se você faz isso bem”.
– Interiores

“A vida é um filme. Tudo não passa de um longo filme. O segredo é escolher o gênero certo”.

“Eu não posso ouvir muito Wagner, sabe… Começo a querer invadir a Polônia. É como as vezes em que vejo e revejo ´´Casablanca´´, sempre desejo abrir um bar onde se vive com glamour….”

Flávio Viegas Amoreira

Flávio Viegas Amoreira

Escritor, poeta. Colunista da seção "Terra em Transes" da Revista Piparote.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Pinterest
Telegram

NEWSLETTER: RECEBA NOVIDADES

© Copyright, 2023 - Revista Piparote
Todos os direitos reservados.
Piparote - marca registrada no INPI