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“Responsabilidade e Magia” – Por Rebeca Gelse Rodrigues


A Literatura Infanto Juvenil já provou a que veio. É necessário que o adulto, responsável pela educação e acompanhamento emocional, intelectual e social de crianças e jovens, conheça os critérios de qualidade, as diversidades técnicas, os estilos de expressão, para mostrar, estimular e acompanhar a excelência da LIJ. Necessitamos valorizar não só a arte advinda da LIJ, como também, e principalmente, sua importância para o desenvolvimento de mentes criativas, conscientes e arejadas. É indicando, lendo junto, visitando bibliotecas e livrarias, comprando e trocando livros, conhecendo escritores e contando histórias que, inicialmente, mostraremos a crianças e jovens o que a LIJ tem de melhor; depois, eles, por si mesmos, reconhecerão que a boa literatura não ensina nada, apenas questiona. Ela diverte, oferece sonhos e é pausa para alimentar a alma, o espírito, a tristeza, a alegria e todos os sentimentos que a acompanham. A boa literatura não responde nada. Literatura só pergunta. E a resposta está em cada leitor que a lê, por isso ela é insubstituível. A mágica é essa.

O encontro com heróis, bruxas, madrastas, piratas, meninos, meninas, casas, casebres, chocolates, maçãs e florestas nada mais é do que o acúmulo de experiências que armazenamos para viver a vida real de forma mais saudável. Sonhar e imaginar são aptidões humanas que necessitam de alimento. Somos o único animal que projeta o futuro e que diz “Era uma vez…”.Quando lemos, parece que há a união entre o passado e o futuro, as dimensões do tempo desaparecem: tudo é o agora, o instante que entramos no texto, e somos tudo e todos ao mesmo tempo. Não importa a idade do leitor, o caminho da leitura dura a vida toda. Nessa rota, cada leitor constrói seu índice de qualidade, que é cumulativo, comparativo, subjetivo e, sem dúvida, a melhor e mais importante conquista do ser humano.

Outra questão, que inclui a LIJ e deve ser mencionada, é que os livros geralmente vêm acompanhados de uma indicação de faixa etária. Não sou favorável a isso por acreditar que cada livro é único e pode adquirir, para cada leitor, uma configuração de maior ou menor importância de acordo com as características e necessidades pessoais. O importante é proporcionar, ao leitor infanto-juvenil, qualidade, prazer lúdico e emoção estética vindos do acervo de centenas, milhares de livros que merecem destaque especial. É preciso, no entanto, que certas peculiaridades das faixas etárias, no que se refere à linguagem, aos temas e às estruturas narrativas, sejam consideradas, sem, é claro, que se imponham conclusões definitivas e intransigentes, porque cada leitor é uma singularidade e não se pode enquadrá-lo rigidamente em tabelas e escalas.

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Rebeca Gelse Rodrigues

É psicóloga, educadora, assessora literária, contadora de histórias e poeta.

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