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Poema da poeta norte-americana Muriel Rukeyser – Trad. Jorge Henrique Bastos

MURIEL RUKEYSER (1913-1980)

Poeta norte-americana, jornalista, dramaturga, biógrafa e tradutora de autores como Octavio Paz. Em 1936, estava em Barcelona para fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos, quando estoura a Guerra Civil. Ao regressar aos EUA, passou a militar em movimentos feministas e antibelicistas. Chegou a ser presa por se relacionar com jornalistas afroamericanos. Recebeu vários prêmios, mas não abandonou o ativismo político.

POEMA

Eu vivi no primeiro século das guerras mundiais.
Em grande parte das manhãs estava mais ou menos louca,
Os jornais chegavam com suas histórias mal contadas,
A notícia se espalhava por vários dispositivos
Interrompida com a intenção de vender produtos ao invisível.
Chamava meus amigos noutros dispositivos;
Estavam mais ou menos loucos por razões similares.
Pouco a pouco obteve pluma e papel,
Fazia poemas para outros não vistos e não nascidos.
Era lembrada por homens e mulheres
Valentes, criando sinais através de grandes distâncias,
Tendo em conta uma forma anônima de vida, de valores inimagináveis.
Quando as luzes se apagavam, tentávamos nos encontrar
Para construir a paz, fazer amor e nos reconciliar
Despertando o sonho em nós.
Tentávamos por todos os meios
Alcançar os nossos limites, para chegar
Além de nós mesmos,
Para libertar os meios e despertar.

Eu vivi no primeiro século dessas guerras.

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Muriel Rukeyser

(1913-1980) Poeta norte-americana, jornalista, dramaturga, biógrafa e tradutora de autores como Octavio Paz. Em 1936, estava em Barcelona para fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos, quando estoura a Guerra Civil. Ao regressar aos EUA, passou a militar em movimentos feministas e antibelicistas. Chegou a ser presa por se relacionar com jornalistas afroamericanos. Recebeu vários prêmios, mas não abandonou o ativismo político.

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Jorge Henrique Bastos

Nasceu em Belém do Pará. É jornalista, editor e tradutor. Viveu 16 anos em Portugal, onde colaborou em jornais e revistas como Diário de Lisboa, Independente, Expresso, Colóquio-Letras. Organizou a primeira edição portuguesa do romance Macunaíma, de Mário de Andrade (Antígona, 1998). Publicou a antologia Poesia contemporânea Brasileira – dos modernistas à actualidade (Antígona, 2002). No Brasil, organizou a primeira antologia do poeta Herberto Helder, O Corpo O Luxo A Obra (Iluminuras, 1999). Foi editor da Martins- Martins Fontes, Empório do Livro e B4 editores. Colabora na Folha de São Paulo e Cult. Publicou A Idade do Sol (Fenda, 1998), Hemorragia (incluir edições, 2012) e Rajadas (Demônio Negro, 2022), os poemas aqui publicados fazem parte desta obra. Traduziu Yves Bonnefoy, Racine, Aloysius Bertrand, Ezra Pound, Walter Pater, Thomas Hardy, Mark Twain, César Vallejo, Vicente. Huidobro.

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