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Para isso fui chamado: poemas, Czesław Miłosz – Companhia das Letras

Vencedor do prêmio Nobel de literatura em 1980 por sua capacidade de “expressar com lucidez a condição humana em um mundo repleto de conflitos”, Czesław Miłosz foi uma testemunha singular dos principais acontecimentos que moldaram a história mundial recente. Autor de poemas, ensaios, romances, memórias, cartas e traduções, o escritor esmiuçou um período dominado por implacáveis e turbulentas transformações: a Primeira Guerra Mundial, a ocupação nazista na Europa, o Holocausto, a ascensão do fascismo, a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a divisão geopolítica causada pela Guerra Fria, a derrocada da União Soviética e a virada para o século XXI.

Com tradução do polonês, apresentação e seleção de Marcelo Paiva de Souza — professor do departamento de polonês, alemão e letras clássicas da Universidade Federal do Paraná —, Para isso fui chamado percorre, de forma cronológica, toda a produção poética de Miłosz, desde seu livro de estreia, publicado em 1933, até seus últimos poemas, escritos no começo dos anos 2000.

Um poema do livro:

O que eu escrevi 

o que eu escrevia de súbito pareceu
ridículo. Eu não era capaz de exprimir.
Olhei para o mundo imenso, pulsante,
Os cotovelos apoiados em um corrimão de pedra.
Rios corriam, velas rasgavam nuvens,
poentes desmaiavam. Todos os belos países,
todos os seres que desejei
se ergueram no céu como grandes luas.
Olhar fixo nesses estranhos lumes moventes,
contando seus arcos astrológicos,
sussurrei: mundo, cessa, piedade, eu me afogo.
Palavras nenhuma basta para a beleza.
Eu enxergava dentro de mim extensos vales
e podia, o passado alado e brônzeo,
lançar-me acima deles em muleta de ar.
Mas isso se foi, noite sem memória.

Paris, 1934

  • SOBRE O AUTOR: Um dos principais autores do século XX, CZESŁAW MIŁOSZ nasceu em 1911 na vila Kėdainiai, na Lituânia, quando o país ainda fazia parte do domínio do Império Russo. Vencedor do Nobel de literatura de 1980, o poeta viveu na França, nos Estados Unidos e na Polônia, onde morreu aos 93 anos.
  • EDIÇÃO BILÍNGUE: Com tradução do polonês, apresentação e seleção de Marcelo Paiva de Souza percorre, de forma cronológica, toda a produção poética de Miłosz, desde seu livro de estreia, publicado em 1933, até seus últimos poemas, escritos no começo dos anos 2000.
  • TRADUTOR: Doutor em Ciência da Literatura pela Uniwersytet Jagielloski, de Cracóvia, Polônia (2000). Professor do Departamento de Polonês, Alemão e Letras Clássicas e da Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná e tradutor
  • COMENTÁRIOS DO POETA: A antologia se encerra com uma breve e sugestiva “Nota”, na qual Miłosz se debruça, em retrospecto, sobre os caminhos que trilhou em sua prática poética. Além disso, a obra traz também o prefácio do autor a Nieobjęta ziemia [Terra inabarcada], como se verá, também esclarece aspectos decisivos de sua criação.
  • Sobre ele, o crítico e biógrafo Andrzej Franaszek observa: A vida de Czesław Miłosz é a crônica do século passado, que ele experimentou dolorosamente na própria pele. Dos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, vistos com os olhos de um menino de poucos anos de idade, passando pela Revolução Russa, a reconquista da independência da Polônia, os problemas sociais e políticos da Segunda República Polonesa, os tempos de consumação do apocalipse e do inferno em que se transformaram as ruas de Varsóvia sob a ocupação, o Holocausto e o combate entre dois totalitarismos, as vivências do emigrante no mundo dividido pela “cortina de ferro”, os Estados Unidos dos anos de 1960 e 1970, até a queda do império soviético e o começo do século XXI“.

Para isso fui chamado: poemas, Czesław Miłosz

Tradução: Marcelo Paiva de Souza

Número de páginas: 280

Preço: R$ 109,90 | E-book: R$: 44,90

Lançamento: 19/05/23

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