Um poema de Emily Dickinson evoca a imagem delicada de uma borboleta nos pampas brasileiros, trazendo à tona a fragilidade da paisagem tropical vista por uma autora estrangeira. É interessante notar como, em apenas oito versos, a força de síntese da poeta norte-americana nos conduz ao tema da degradação ambiental.
“Certa borboleta pode ser vista
– Graciosa – nos pampas do Brasil,
Somente ao meio-dia em ponto –
Depois, sua liberdade expira.
E uma especiaria, que eclode e fenece,
À mercê de tua colheita –
Como as estrelas que conheceste à noite
E que, pela manhã, te são alheias”.
Poemas escolhidos, Emily Dickinson, Tradução: Ivo Bender