Talvez não exista rede social mais nociva ao espírito da fotografia do que o Instagram, uma verdadeira cama de Procusto do século XXI. Em um espaço onde a imagem é reduzida a um formato pré-fabricado, compactada em resolução e forçada a caber em moldes estéticos zuckerbergianos, a fotografia perde a oportunidade de narrar histórias. 

Neste Dia do Fotógrafo, cabe uma meditação sobre o que estamos fazendo com a fotografia. O contraste é ainda mais gritante quando olhamos para figuras como Étienne Carjat, fotógrafo francês que eternizou em imagem grandes escritores como Arthur Rimbaud, Victor Hugo, Charles Baudelaire e Alexandre Dumas. Suas fotografias não eram meros registros visuais; eram retratos que capturavam a essência e a profundidade dos escritores retratados, sem recortes abruptos e agressivos.

Carjat não compactava sua arte em dpi’s, nem se curvava a modelos preestabelecidos. Carjat imortalizou a alma de escritores. No entanto, a fotografia de hoje, comprimida pela lógica das redes sociais, corre o risco de se tornar efêmera e esquecida, basta apenas o proprietário do Meta fechar seu balcão de negócios.

Neste dia, que deveria celebrar a força criativa dos fotógrafos, a homenagem vai para Carjat, o pai da fotografia de grandes escritores, que não se limitou a filtros ou formatos impostos por uma plataforma. Que sua obra seja lembrada como um lembrete do verdadeiro potencial da arte fotográfica, longe das armadilhas Instagramáveis.

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